Por trás de muitas histórias de casal que parecem normais ou até felizes, pode existir uma dinâmica silenciosa de controle, medo e sofrimento emocional.
Os relacionamentos abusivos não envolvem apenas agressão física: muitas vezes, o abuso está no olhar, na palavra, no controle invisível do outro.
Abuso emocional, psicológico, patrimonial ou até social — todos esses são tipos de violência que acontecem de forma sutil, progressiva e devastadora.
Em muitos casos, a vítima demora a perceber que está presa em uma relação que mina sua autoestima, sua liberdade e sua saúde mental.

Como reconhecer um parceiro abusivo?
O comportamento abusivo costuma vir disfarçado de “ciúme”, “preocupação” ou “amor demais”. Mas na prática, são sinais como:
- Controle excessivo sobre roupas, amizades e rotina;
- Desvalorização constante: a pessoa nunca é boa o suficiente;
- Culpabilização: o abusador inverte os papéis e faz a vítima se sentir errada;
- Isolamento: cortar laços com família e amigos;
- Chantagens emocionais, ameaças e manipulação.
Segundo especialistas em saúde mental, a estratégia do abusador é enfraquecer emocionalmente o outro para manter o controle.
Isso pode acontecer em qualquer tipo de relação: entre casais hetero ou homoafetivos, em namoros adolescentes, uniões estáveis ou casamentos longos.

Por que é tão difícil sair?
O ciclo do abuso é perverso. Envolve fases de tensão, explosão (violência ou humilhação) e reconciliação — quando o abusador pede desculpas e promete mudar.
Esse ciclo alimenta a esperança de que “um dia vai melhorar”, e a vítima se apega à imagem de quem o outro foi no começo da relação.
Além disso, sentimentos como vergonha, medo, dependência emocional ou financeira, e baixa autoestima dificultam a ruptura. Muitas vítimas nem se reconhecem mais, de tão desgastadas psicologicamente.
Romper o silêncio é o primeiro o
Falar sobre relacionamentos abusivos é uma forma de quebrar o ciclo. Buscar ajuda psicológica, contar para alguém de confiança e se informar são os essenciais. Em casos mais graves, é preciso apoio jurídico e proteção.
A sociedade ainda normaliza muitos comportamentos abusivos sob o pretexto de “relacionamento difícil”. Mas amor que adoece, prende ou anula não é amor — é controle.
Se você ou alguém que conhece vive uma relação assim, procure ajuda. Existem saídas, e você não está sozinha(o).
📞 Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência
📱 Contato com psicólogos e redes de apoio pode ser um recomeço seguro.
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