Gripe pode causar miocardite? Saiba quando ligar o sinal de alerta

O primeiro o é procurar o hospital, em caso de sintomas de dor no peito, falta de ar, alteração do ritmo cardíaco e febre

Com o período em que se aproximam as baixas temperaturas, aparecem condições adversas na população. Uma delas é o resfriado. Mas, será que a gripe pode causar miocardite? Por mais que seja considerada rara e difícil de diagnosticar, ainda assim, de acordo com a American Heart Association, os vírus, a grosso modo, são a causa mais comum da inflamação do miocárdio, que é o músculo responsável pela contração do coração.

“Miocardite, na sua essência, é uma inflamação do músculo cardíaco chamado miocárdio. A inflamação é miocardite. Existem várias causas, desde infecções bacterianas, fúngicas e principalmente as infecções virais. A gripe, por si só, é uma infecção viral que também pode culminar no aparecimento de miocardite”, explica o  dr. Éder Tadeu Pinheiro Brandão, médico cardiologista.


Segundo o doutor, não é uma condição tão frequente ocorrer, mas é possível. “Quando isso acontece, o paciente costuma ter dor no peito, dor no tórax, uma dor que piora com a respiração, chamado ventilatório dependente. Alteração no ritmo cardíaco, o coração às vezes fica muito acelerado, cansaço excessivo, falta de ar e febre. São condições que, geralmente, levam a pessoa a procurar um atendimento hospitalar. Nesse atendimento, deve se descartar outras possibilidades de dor no peito, o infarto, por exemplo. Deve se fazer eletro e ecocardiograma”, revela o médico.

Conforme especialistas, o tempo de duração de uma miocardite depende da causa da inflamação e do estado geral de saúde da pessoa, sendo que em 50% das vezes, a resolução é espontânea e ocorre após duas a quatro semanas. Desses, somente 25% dos casos se tornam miocardite crônica, levando a uma insuficiência cardíaca. Já os demais 25% evoluem para uma insuficiência grave, refratária e que podem carecer de transplante cardíaco.

“Para diagnóstico realmente da miocardite, o exame a ressonância magnética cardíaca. Então, é uma situação que deve ser diagnosticada, mas descartando outras possibilidades. Quando se é feito o diagnóstico, o médico, certamente, vai instituir a terapêutica adequada. Existem medicamentos para isso, principalmente para acompanhar o paciente e observar a continuação desse processo de miocardite, se vai ser resolvido completamente, se vai ficar alguma sequela ou não”, reforçou Éder.

O cardiologista reforça que é preciso se atentar aos sintomas, a relação entre infecções respiratórias e o risco cardíaco, para agir a tempo e procurar atendimento. “O primeiro o é procurar o hospital, nesses sintomas de dor no peito, falta de ar, alteração do ritmo cardíaco e febre. No hospital, o médico vai conduzir para que chegue a esse diagnóstico, quando é o caso e certamente  seja feito o tratamento adequado acompanhamento do paciente no pós-miocardite”, concluiu.

Gian Marlon
Jornalista de formação pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas - Funorte, em 2019. Natural de São Francisco-MG, tem agens por algumas redações de jornais, sendo TV, impresso e portais. Fã de esportes, animes e música.