Na manhã desta sexta-feira (11), a Polícia Civil de Minas Gerais apresentou, em coletiva de imprensa, os desdobramentos da investigação sobre o assassinato de um homem de 49 anos, morto a tiros no dia 31 de março deste ano, em Montes Claros. O crime aconteceu na Avenida Deputado Esteves Rodrigues, região central da cidade, e o principal suspeito é o próprio filho da vítima, de 29 anos, que foi preso poucas horas após o ocorrido.
A coletiva contou com a presença da delegada Francielle Drumond, do delegado Jurandir César e de dois investigadores envolvidos no caso. De acordo com a Polícia Civil, o homicídio foi premeditado e executado com frieza e precisão. O suspeito chegou ao local do crime por volta das 17h30, antes mesmo da abertura do bar onde o pai costumava frequentar após o expediente de trabalho. A investigação aponta que o autor conhecia os hábitos do pai e usou essa informação para armar uma emboscada.
Durante o tempo em que permaneceu nas proximidades do bar, o suspeito chegou a consumir bebida com amigos e manteve distância da vítima, evitando qualquer contato direto. Ao perceber que o pai havia notado sua presença, decidiu deixar o local e se escondeu em uma rua lateral. A vítima, acreditando que o filho já havia ido embora, saiu acompanhada da companheira, momento em que foi surpreendida pelos disparos.
Segundo relatos, ao ver o filho armado, o homem só conseguiu dizer “Ai, meu Deus” antes de ser alvejado. Ele foi atingido pelas costas, sem qualquer chance de defesa. A companheira da vítima conseguiu se proteger ao se deitar próximo ao carro, escapando ilesa.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e encontrou a vítima caída no estacionamento de um comércio próximo, já sem vida, com perfurações no tórax. A morte foi confirmada ainda no local.
Após o crime, o suspeito teria tentado fugir para a região de Lagoinha, onde possui uma propriedade rural. No entanto, como o horário era avançado, o aplicativo de transporte não aceitou a corrida solicitada. Ele então optou por se esconder em um hotel no bairro Alto da Boa Vista, onde foi localizado pela polícia e preso.
Na delegacia, o homem permaneceu em silêncio durante o interrogatório e, segundo os investigadores, não demonstrou qualquer arrependimento. A arma usada no crime, um revólver calibre .38, foi apreendida.
A motivação do homicídio, segundo as investigações, estaria relacionada a desentendimentos financeiros entre pai e filho. Ambos eram sócios em uma empresa de polietileno, responsável pela limpeza e reaproveitamento de plásticos. O suspeito teria alegado estar sendo prejudicado financeiramente pelo pai, acusando-o de dificultar o ree de lucros. A versão, no entanto, não foi confirmada pelos investigadores. Testemunhas afirmaram que a relação entre os dois era boa antes da sociedade empresarial.
O autor do crime já possui uma agem anterior pela polícia por porte ilegal de arma de fogo. Ele foi indiciado por homicídio qualificado, com agravantes como motivo torpe, uso de emboscada e impossibilidade de defesa da vítima. Caso condenado, pode pegar até 30 anos de prisão.
O inquérito foi encaminhado à Justiça e o processo agora aguarda decisão judicial.