Projeto de lei propõe penas mais severas para receptação de celulares roubados

O governo federal pretende endurecer as punições para crimes relacionados à receptação de celulares e outros produtos roubados. Um novo projeto de lei, que será encaminhado ao Congresso Nacional, propõe aumentar em até 50% as penas para quem compra, vende ou transporta itens de origem criminosa, incluindo dispositivos eletrônicos, cabos e fios. A iniciativa do […]

O governo federal pretende endurecer as punições para crimes relacionados à receptação de celulares e outros produtos roubados. Um novo projeto de lei, que será encaminhado ao Congresso Nacional, propõe aumentar em até 50% as penas para quem compra, vende ou transporta itens de origem criminosa, incluindo dispositivos eletrônicos, cabos e fios. A iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) busca coibir a atuação de quadrilhas especializadas nesse tipo de crime.

Além disso, a proposta cria um novo tipo penal: o furto qualificado por encomenda, caracterizado quando um item é furtado sob demanda para fins comerciais. Outra medida prevista no projeto é a equiparação da venda clandestina de sinais de TV por – conhecida como “gatonet” ou “TV box” – ao crime de receptação qualificada.

Aumento de penas


Se o projeto for aprovado, a pena mínima para a receptação de aparelhos telefônicos, cabos e outros equipamentos voltados para telecomunicações pode subir de 3 para 4 ou até 4,5 anos de reclusão. Já a pena máxima, atualmente de 8 anos, poderá chegar a 10 anos e 6 meses, ou até 12 anos, dependendo da gravidade do caso.

A punição será ainda mais rigorosa para crimes envolvendo itens específicos, como:

• celulares e dispositivos que armazenam dados pessoais;

• cabos e equipamentos essenciais para energia e telecomunicações;

• mercadorias em transporte ou envio postal;

• medicamentos, combustíveis, fertilizantes, minérios, cigarros, armas e veículos.

Outro ponto relevante é o fim da impunidade para a receptação entre familiares. Atualmente, quem adquire um item roubado de um parente pode não ser penalizado, mas a nova legislação fecharia essa brecha.

Combate à pirataria de sinais de TV

O projeto de lei também mira a comercialização ilegal de sinais audiovisuais, tornando a venda de dispositivos como o “TV box” um crime grave. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já vem intensificando a fiscalização desses equipamentos, tendo retirado mais de 1,6 milhão de produtos irregulares do mercado desde 2023, totalizando um prejuízo estimado em R$ 253 milhões para o comércio clandestino.

Caso o projeto seja aprovado, a legislação ará a ser mais rígida contra aqueles que lucram com produtos roubados ou ilegais, buscando desarticular redes criminosas especializadas nesse tipo de atividade.

Leila Santos
Jornalista graduada pela Funorte, Leila tem ampla experiência em comunicação, com atuação como editora-chefe, além de agens por TV, assessorias, agências de publicidade e marketing e jornais online. Atualmente, integra o Portal Webterra, unindo técnica, ética e compromisso na produção de conteúdos de qualidade. Leitora assídua e engajada em causas sociais, leva sensibilidade e responsabilidade ao seu trabalho.